A ultrassonografia (ou ecografia) é um método diagnóstico que aproveita o eco produzido pelo som para ver em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas e órgãos do organismo. Os aparelhos de ultrassom em geral utilizam uma frequência variada dependendo do tipo de transdutor, desde 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal piezoelétrico que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, que são interpretados através da computação gráfica. Quanto maior a frequência maior a resolução obtida. Conforme a densidade e composição das estruturas a atenuação e mudança de fase dos sinais emitidos varia, sendo possível a tradução em uma escala de cinza, que formará a imagem dos órgãos internos.
A ultrassonografia permite também, através do efeito doppler, se conhecer o sentido e a velocidade de fluxos sanguíneos. Por não utilizar radiação ionizante, como na radiografia e na tomografia computadorizada, é um método inócuo, barato e ideal para avaliar gestantes e mulheres em idade procriativa.
A ultrassonografia é um dos métodos de diagnóstico por imagem mais versáteis e ubíquos, de aplicação relativamente simples e com baixo custo operacional. A partir dos ultimos vinte anos do século XX, o desenvolvimento tecnológico transformou esse método em um instrumento poderoso de investigação médica dirigida, exigindo treinamento constante e uma conduta participativa do usuário.Esta modalidade de diagnóstico por imagem apresenta características próprias:
- É um método não invasivo ou minimamente invasivo.
- Apresenta a anatomia em imagens seccionais ou tridimensionais, que podem se adquiridas em qualquer orientação espacial.
- Não possui efeitos nocivos significativos dentro das especificações de uso diagnostico na medicina.
- Não utiliza radiação ionizante.
- Possibilita o estudo não invasivo da hemodinâmica corporal através do efeito Doppler.
- Permite a aquisição de imagens dinâmicas, em tempo real, possibilitando estudos do movimento das estruturas corporais.
O método ultrassonográfico baseia-se no fenômeno de interação de som e tecidos, ou seja, a partir da transmissão de onda sonora pelo meio, observamos as propriedades mecânicas dos tecidos. Assim, torna-se necessário o conhecimentos dos fundamentos físicos e tecnológicos envolvidos na formação das imagens do modo pelo qual os sinais obtidos por essa técnica são detectados, caracterizados e analisados corretamente, propiciando uma interpretação diagnóstica correta.
Além disso, o desenvolvimento contínuo de novas técnicas, a saber: o mapeamento Doppler, os meios de contraste, os sistemas de processamento de imagens em 3D, as imagens de harmônicas e a elastometria exigem um conhecimento ainda mais amplo dos fenômenos físicos.
A ultrassonografia pode contribuir como auxílio no diagnóstico médico e veterinário, sendo sua aplicação mais ampla atualmente em seres humanos. Pode acompanhar durante a gravidez o bebê desde seus primórdios ao nascimento, avaliando aspectos morfofuncionais. Permite ainda a orientação de processos invasivos mesmo antes do nascimento.
Interage e auxilia a todas as demais especialidades médicas e cada vez mais firma-se como um dos pilares do diagnóstico médico na atualidade.
De som para imagem
A criação de uma imagem digital a partir de som se dá em 3 etapas: produção da onda sonora, recepção do eco e interpretação do eco recebido.
[editar] Produção da onda sonora
Uma onda sonora é produzida tipicamente por um transdutor piezoelétrico (algo como um microfone). Fortes e curtos pulsos elétricos originados no aparelho de ultrassom fazem com que o transdutor emita som em uma determinada frequência. A frequência pode ser ente 2 e 18MHz. O som é direcionado pelo formato do transdutor, um tipo de lente acoplada a ele ou por sistemas mais complexos de controle. O direcionamento produz uma onda sonora em forma de arco. A onda se move para dentro do corpo do paciente e atinge o foco em uma determinada profundidade.
O som é parcialmente refletido (aí está o eco) pelas camadas formadas por diferentes tecidos do corpo. Especificamente, o som é refletido em qualquer lugar em que a densidade do corpo muda.
Recepção dos ecos
O retorno da onda sonora ao transdutor resulta no mesmo processo que foi necessário para emitir o som, só que ao contrário. O retorno das ondas sonoras faz vibrar o transdutor, que transforma as vibrações em pulsos elétricos que se deslocam para o scanner de ultrassom. O scanner processa os pulsos elétricos e os transforma em uma imagem digital.
Formação da imagem
O scanner sonográfico determina três informações de cada eco recebido:
1. Quanto tempo levou desde a transmissão até a recepção do eco. 2. A partir do intervalo de tempo, calcula a distância (profundidade) onde o foco se formou, possibilitando uma imagem nítida do eco na dada profundidade. 3. Qual a intensidade do eco.
Quando o scanner sonográfico determina estas 3 informações, ele pode alocar cada pixel da imagem em uma intensidade.
A transformação do sinal recebido em uma imagem pode ser explicada usando uma planilha para uma analogia. Imagine o transdutor localizado na primeira linha, ocupando várias colunas. Ele manda pulsos para baixo, em cada coluna da planilha. Então espera para ver quanto tempo cada pulso leva para retornar (eco). Quando mais demorar, mais o sinal se deslocam para baixo na coluna correspondente. A intensidade do eco determina a cor que a célula vai ter (branco para um eco forte, preto para um muito fraco, e graduações de cinza para as intensidades intermediárias). Quando todos os ecos retornam e toda a informação é armazenada na planilha, a imagem está pronta.
Imagens
Aparelho de Ultra-som O ultrassom prejudica o bebê?
Estudos realizados ao longo de 35 anos não mostraram nenhuma indicação de que a ultrassonografia seja prejudicial. Há quem diga que o exame incomoda o bebê, mas não há pesquisas mais aprofundadas que comprovem isso. Como o som não é audível ao ouvido humano, não deve ser detectado pelo bebê.
Quantos ultrassons são necessários durante a gravidez?
O mais comum é fazer uma ultrassonografia por volta das 13 semanas (entre 11 e 14 semanas) e uma mais detalhada perto das 20 semanas de gestação, o chamado ultrassom morfológico. O ideal é fazer mais uma entre a 34a e a 37a semana.
Mas o exame pode ser feito a qualquer momento -- no comecinho da gravidez, para descartar uma gestação ectópica, e bem perto do nascimento, para avaliar o nível de líquido amniótico, por exemplo.
Se por algum motivo só se puder fazer um ultrassom, o obstetra deve optar pelo da 20a semana.
O exame costuma ser feito em laboratórios ou no hospital, mas alguns médicos possuem o aparelho no próprio consultório, o que permite às mães darem uma olhadinha no bebê a cada consulta.
Ultrassom no primeiro trimestre
O obstetra pode pedir um ultrassom nos primeiros três meses de gravidez pelos seguintes motivos:
Descartar um aborto espontâneo
Se você tiver sangramento vaginal no começo da gravidez, o médico pode pedir um ultrassom para descartar a possibilidade de aborto. A partir de 7 semanas de gravidez, os batimentos cardíacos do bebê já devem estar visíveis (considerando um ciclo menstrual de 28 dias). Quando se vê o coração do bebê batendo, a chance de a gravidez prosseguir sem problemas é de mais de 97 por cento. É importante lembrar que é muito difícil determinar exatamente quando a concepção ocorreu, por isso, se você não vir o coração do bebê batendo no ultrassom, tente não se desesperar. O médico deve esperar mais uma semana e pedir uma nova ecografia. Pode ser que o bebê tenha sido concebido mais tarde do que você imaginava.
Descartar gravidez ectópica ou molar
O sangramento vaginal (junto com outros sintomas) também pode ser indicação de uma gravidez ectópica ou molar. No caso de uma gravidez ectópica, quando o embrião começa a se desenvolver fora do útero, o médico tentará localizar o saco gestacional. Numa gravidez molar, em que a placenta é anormal e o bebê não é viável, o ultrassonografista visualiza uma figura bem diferente da que deveria ser a do bebê.
Determinar a idade gestacional
Quando a mulher não sabe a data de sua última menstruação, o médico pode pedir uma ultrassonografia para determinar há quanto tempo ela está grávida, através da medição do bebê. Entre as 7 e as 13 semanas de gestação, a medida craniocaudal (da cabeça até o bumbum do bebê) consegue determinar a idade gestacional com bastante precisão.
Determinar se há mais de um bebê
Se você tiver se submetido a tratamentos de fertilidade ou o médico desconfiar de gêmeos ou múltiplos, ele vai pedir um ultrassom para saber quantos bebês há na sua barriga.
Ultrassom no segundo trimestre
No segundo semestre, você deve ser submetida aos seguintes ultrassons:
Translucência nucal
Perto das 13 semanas, o médico pode pedir uma ultrassonografia para fazer o exame de translucência nucal -- a medição de uma dobra específica na nuca do bebê e a verificação da presença do osso nasal --, para detectar sinais de problemas genéticos como a síndrome de Down. O momento ideal para a realização do exame é na 12a semana. Na maioria dos casos o resultado é tranquilizador, mas, se o médico desconfiar de alguma alteração, pode sugerir a realização de exames genéticos mais invasivos, como a biópsia do vilo corial ou a amniocentese. No ultrassom realizado nessa fase, ainda não dá para determinar com certeza o sexo do bebê, mas o ultrassonografista pode arriscar um chute, pelo ângulo do apêndice genital -- mas a chance de acerto não passa de 80 por cento.
Ultrassom morfológico
Essa é a ultrassonografia mais detalhada, que pode levar mais de meia hora. Ela é feita por volta das 20 semanas, e nela já dá para ver o sexo do bebê. O ultrassonografista vai verificar o coração do bebê e suas câmaras, a formação do cérebro, os órgãos digestivos e outros sistemas. Também vai medir a cabeça do bebê e o fêmur, o osso da coxa, para ver se o crescimento está dentro da média.
No exame também é possível determinar a localização da placenta. Se ela estiver bloqueando a abertura do colo do útero (placenta prévia), o médico vai pedir novos ultrassons para ver se ela mudou de lugar. Na grande maioria dos casos ela muda. No caso de ela ainda estar cobrindo o colo do útero no fim da gestação, o bebê terá de nascer obrigatoriamente de cesariana.
O exame pode ser feito com doppler, um sistema que mostra o fluxo de sangue no útero, na placenta e no bebê, com as cores azul e vermelha.
Se o médico desconfiar de alguma anormalidade, pode pedir a realização específica de um ultrassom em três ou quatro dimensões, que dá uma imagem mais detalhada do bebê e é capaz de detectar problemas como o lábio leporino, por exemplo.
Ultrassom no terceiro trimestre
No final da gravidez, o obstetra pode pedir um ultrassom para determinar a causa de sangramentos vaginais (problemas na placenta, por exemplo), para acompanhar o crescimento do bebê, para verificar o nível do líquido amniótico e para determinar a posição do bebê e da placenta.
E se o ultrassom mostrar algum problema?
Não entre em pânico. Muitas vezes um novo exame é realizado algum tempo depois e elimina a desconfiança de que haja alguma coisa errada. São raros os casos em que o bebê realmente tem um problema, mas, se isso acontecer, as informações coletadas na ultrassonografia ajudarão os médicos a oferecer o melhor tratamento possível.
Problemas cardíacos, por exemplo, podem ser tratados com remédios enquanto o bebê ainda está no útero. Outras anormalidades, como um bloqueio no sistema urinário, podem ser tratadas com cirurgia ainda dentro da barriga. E saber com antecedência de eventuais problemas ajuda os médicos a terem tudo organizado para dar o melhor atendimento ao bebê logo depois que ele nascer, além de colaborar para que você e sua família se preparem para enfrentar a situação. | | |
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